21 de setembro de 2009

São dois braços, servem para dar um abraço

Passeava na rua, havia festa e muita confusão. De repente há uma cara conhecida que se vislumbra. Um primeiro franzir de olhos e depois a confirmação - é mesmo ela.
Depois correria desenfreada. Um apertar do pescoço que teima em durar, mesmo depois do "Olá, estás boa! Então a passear na festa?", um sorriso espelhado dos dois lados do abraço.

Ontem à noite, duas crianças abraçaram-me como se não me vissem à anos. Mas só passaram dois meses...

Uma chama-se Andreia. Fez 9 anos à poucos dias.

Correu para mim assim que me viu na esplanada mas não se lembrava do meu nome. Lembra-se do que importa - dos dias que esteve connosco e da alegria que sentiu - e isso chega-lhe. Gritava em plena rua "Mãe! mãe! Ela esteve connosco lá com o pde João!" É a melhor maneira que tem para explicar à mãe que me conhece do campo de férias.
Juro que nunca vi uma miúda tão contente de lá estar.

Esta outra partilha o nome comigo. Conheço-a desde o 1º instante em que me viu e ainda pequenita (devia ter uns 7 ou 8 anos) se agarrou a mim.

Vi-a crescer devagarinho no meio de todos os seus problemas e a pouco e pouco ir desabrochando. Hoje fico orgulhosa quando a vejo conseguir safar-se.
Mas continua a dar-me nós na garganta de cada vez que se agarra a mim.
"Aninhas, aninhas, aninhas! Quando é que há tempos livres?"(A mesma pergunta de sempre) "Vais ver-me na procissão? Vá lá, para tirares uma fotografia comigo?" (nó na garganta)

Por mais que tente fazer-me difícil e armar-me em forte, estas crianças dão-me cabo do coração.
"Claro que vou Anita, claro que vou. Tiramos uma fotografia juntas está descansada."

Ontem recebi dois dos mais lindos abraços do mundo.

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