15 de novembro de 2009

O tempo.... sempre o tempo




Na discussão da minha tese, perguntaram-me:
- E depois de tanto estudares sobre o Tempo, já aprendeste a lidar com ele?

Respondi que não, que sou uma pessoa que se perde no controlo do tempo.
E que a tentativa de me orientar no meio dele tinha sido o mais difícil.

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Hoje, quando percorro as páginas do facebook dos amigos com os quais fui perdendo um contacto mais próximo, dou por mim a pensar que sem me dar conta, já não sei nada daquelas pessoas.
Vejo as fotografias dos meus primos, todos tão "crescidos" e a fazer tantas coisas, pergunto-me quando é que deixei de me lembrar dos aniversários deles, quando é que deixei de ansiar por ir à Guarda, quando é que me esqueci que também eles faziam parte da minha vida?

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Hoje fui visitar a minha avó. Estava diferente desde a última vez que a tinha visto. Mais cansada, mais nervosa, mais velha. Acho que me habituei às rugas carregadas, às mãos com pele tão fina e seca que parece papel, aquele olhar meio nublado sempre acompanhado por um lamento. Sempre a conheci assim, mas hoje pela primeira vez em muito tempo, via envelhecer e perder forças à minha frente, a perder o pensamento quando falava comigo e a afastar-se devagarinho para outro lado. Assustou-me que finalmente, para mim e para ela, o tempo estivesse a passar.

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Nestes últimos dias, o que eu mais queria era que o tempo andasse mais devagarinho.
Nem que fosse só um bocadinho.